Escócia vai dar produtos higiénicos a todas as estudantes

O Governo da Escócia vai disponibilizar produtos de higiene femininos a todas as estudantes, desde o ensino básico ao universitário, reporta o The Guardian. A medida está a receber apoio a nível mundial e já está a ser apelidada como uma “marca de uma civilização evoluída”. Para já, vai beneficiar cerca de 395 mil mulheres.

O investimento – 5.2 milhoes de libras (cerca de 5.77 milhões de euros) – está a ser feito com um objetivo concreto: combater a “period poverty”, a designação para a ligação entre os altos níveis de pobreza e consequente falta de meios de higiene, que afecta as mulheres que não conseguem suportar as suas necessidades básicas durante a menstruação.

“O investimento significa que estes produtos essenciais estarão disponíveis para quem precisa deles, de uma forma sensível e digna. Vai fazer com que as estudantes se foquem somente nos estudos”, explicou Aileen Campbell, secretária das Comunidades, admitindo que “num país tão rico como a Escócia é inaceitável que alguém tenha dificuldades em comprar estes produtos”.

Números alertam para problema

Na Escócia, uma em cada cinco mulheres não consegue comprar produtos de higiene íntima. Os resultados são da associação Women for Independence, divulgados em fevereiro, que expõem ainda que uma em cada dez mulheres admite mesmo ter sido forçada a descurar a compra destes itens e a priorizar em prol de outros bens essenciais, como alimentação.

A mesma pesquisa revelou ainda que quase metade (45%) das mulheres inquiridas já terá usado papel higiénico, jornais, meias, toalhas ou roupas antigas como alternativa aos produtos de higiene.

Escócia na vanguarda

Apesar da repercussão a nível mundial, esta medida não é exactamente nova para os escoceses. Em 2017, já tinha sido colocado em prática um projecto-piloto na cidade de Aberdeen, na qual foram distribuídos de forma gratuita, produtos de higiene íntima a mulheres adolescentes com dificuldades económicas.

Depois deste passo em frente na luta pela dignidade das mulheres, resta saber se outros países lhe vão seguir o exemplo.